quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

The new beginning


O gosto amargo em minha boca permanece, e todas as lembranças boas já se foram faz um tempo. Sinto uma mistura na boca de cerveja e frustração, mas a cerveja não é exatamente minha. Olho agora para a garota da vez, que eu acho que se chama Emily. Ela é perfeitamente o tipo dele. Magra, superficial, e aparentemente sem sentimentos. Mas eu conhecia o tipo dela melhor do que qualquer outro naquele salão. Emily era tão frágil, que se despedaçaria ali mesmo assim que fosse dispensada.
Posso dizer, com certo orgulho e raiva, que fui a exceção dele. Não sou magra, e nem superficial. Demonstro meus sentimentos mais do que ele gostaria. Mas sou forte. Quando foi a minha vez de ser dispensada, hoje, eu olhei bem para seu rosto. Para a boca rosada que eu conhecia tão bem, e para os seus olhos azuis, que poderiam muito bem ser feitos de gelo, mas que com as palavras certas, se transformavam no mar. E disse que tudo bem.
Dylan é o nome dele. É um nome forte, assim como a pessoa que o leva. Nós passamos um ano juntos e, hoje, na minha festa de formatura – e não a dele já que ele era quatro anos mais velho - , ele me dispensou. Não que eu tenha ligado. Ele já me dispensou umas sete vezes desde que começamos a namorar, e é claro que eu me acabei de chorar na primeira vez. Mas depois eu fui me acostumando, de modo que, hoje, eu nem liguei.
Eu ainda sentia o meu coração martelando no peito toda vez que ele olhava para mim, para ver se eu estava prestando atenção no que ele estava fazendo. Digo, com a garota. Só que eu tinha aprendido, a muito tempo, que era assim que ele dizia que queria alguém de volta. Se esfregava nas outras meninas. Eu sei, uma maneira idiota e doentia de demonstrar seu amor. Mas era a única que ele sabia.
Dylan me encara por alguns segundo e eu faço o mesmo. Eu sorrio, e ele me segue. Sei que até o fim da noite o terei de volta. É só mais umas daquelas coisas que eu tenho certeza que acontecem. Eu sempre sei. Sempre.