sábado, 16 de janeiro de 2010

No meu porão (1)


Quando chovia não dava para sair de casa, e muito menos fazer alguma coisa interessante.Então eu descia pro porão, e procurava coisas antigas.Eu perdia uma tarde e parte da noite procurando de tudo - fotos, coisas antigas , e até roupas .Mas tinha uma parte da qual eu nunca entrei. Era uma parte fechada, como um pequeno quarto, e muito, muito escura. Não que eu tivesse medo, porque não tenho , mais era uma parte privada que eu - assim como todo mundo - era proibido de entrar. Os antigos donos da casa provavelmente levaram a chave, e a minha mãe nunca quiz mexer lá .Mas o tempo foi passando, e, como qualquer um eu fui ficando com vontade de saber o que tinham escondido. Então, no primeiro dia de aula, eu juntei coragem o suficiente pra tentar - eu disse tentar -entrar naquele quarto.

Eu ia ter que ir de tarde, porque além de ficar sozinha em casa nesse tempo , de manhã eu tinha aula, e de noite - por precaução - eu não queria ir . Se nevesse - o que eu duvido muito - eu até poderia chamar o Nate. Ele foi várias vezes ao porão comigo, e também queria muito saber o que tinha lá .Nate ao contrário de mim, achava invasão de privacidade . Então eu tive que convence-lo a querer entrar . No começo ele parecia que não ia ceder, mas como ele não recusa quase nada do que eu peço,no final acabou concordando. Eu disse que ligaria quando resolvesse os detalhes .

Estavamos no fim do outono, mas as árvores ainda tinham folhas - mesmo que secas - em boa quantidade. As ruas - pelo que pude ver da minha janela - estavam misturadas com amarelo , vermelho e laranja e o frio já podia ser sentido, e eu achei que nem ia mais nevar naquele dia. Acordei antes do despetador, e não dormi mais, não parava de pensar no porão, meus pensamentos eram consumidos porisso.Porão,porão, porão.Rodiava meu quarto a proura de algo que pudesse romper o trinco . Como não achei nada mais útil que um grampo, teria que pedir ao meu pai.Eu odeio ter que pedir coisas para o meu pai, pois ele sempre perunta porque , pelos céus, eu precisaria daquilo.E já que eu não era uma boa mentirosa, quase sempre eu conto a verdade. Ótimo, eu ia ter que perguntar pro Nate como fazer pro meu pai não desconfiar de nada .Ele me mataria se descobrisse que eu ia invadir o quarto .Estava tão louca de vontade para contar meu plano, que não fiz o Nate esperar como sempre faço, Eu apenas desci para o segundo andar , e dei minha olhada matutina de cima da escada mesmo. Tudo o.k. , nada alterado ou mexido . Eu precisava olhar sempre . Porque as vezes meus pais tem aquelas crises de meia idade e revolvem limpar-lo. Quando me virei pra voltar para a cozinha, vi o Nate parado na minha frente . Confesso que assustei com ele ali tão cedo . A gente sempre combinava de se encontrar todo dia as 6:45 na frente da casa dele . Quando eu gritei ele assustou.

- Meu Deus Clara ! Bom te ver também . - Ele pegou os meu ombros e me chacoalhava .

- O...O que você tá fazendo aqui ? - O susto ainda não havia passado, ainda olhava assustada para ele .

-Tudo bem, se você não quer saber o que eu descobri das antigas pessoas que morravam nessa casa, tudo bem.Eu posso ir embora.-Se ele queria ser irônico, não notei.Algo me chamou mais atenção do que isso .

-O que ? Me fala logo Nate eu preciso saber . - Tudo bem , ele estava rindo de mim .

-Ahm acho que você não quer saber tanto assim . - ele riu .

-Claro que eu quero, fala logo - o.k. eu meio que mandei .E isso o assustou . Nessa hora minha mãe apareceu no topo da escada, me olhando como se eu fosse doida ou algo assim .

-Falar o que Clara ? - Ela ainda estava de pijama, coberto pelo roupão . Não parecia velha, apenas cansada de tantotrabalho, eu acho .

-Ham ... é . - eu começei a gaguejar .

- Em qual sala nós ficaremos esse ano . - Nate disse por fim .

Minha mãe olhou desconfiada, mas acho que estavacansada demais para discutir .Ela foi dormir tarde por conta do trabalho dela .

-Tudo bem, Clara , vá se trocar, se não você se atrasa . Eu olhei para a minha roupa . E só ai percebi que ainda estava de pijama .

-Tem razão - disse sorrindo forsado para minha mãe, e pro Nate disse - espera um minuto tábem? Já volto .

-Tudo bem esquecida - ele revirou os olhos e riu.

Eu mostrei a lingua pra ele .

- Quem mostra a lingua pede beijo . - ele disse ainda rindo .

-Você sabe a resposta pra essa - disse e subi para me trocar, mais a tempo de ouvi-lo dizendo .

-Claro que sei meu amor . - num tom bem desapontado.

Subi e me troquei o mais rapido que pude, minha mãe me interrompeu uma vez, e eu precisava saber o que ele tinha descoberto sobre os antigos moradores.

Peguei minha mochila e desci as escadas correndo. O peguei vendo uma antiga foto de quando éramos crianças.

-É a preferida da minha mãe . - ele se se virou rapidamente , como um ladrão que é pego roubando .

Me coloquei do lado dele . E olhei a foto, ela realmente estava velha, eu a havia levado para a escola no primeiro dia da terceira série para mostrar para minhas amigas, que naquela época ainda eram normais . Digo, normais não populares e totalmente axfiquiciadas por emagrecer . Elas me deixaram depois daquele dia, disseram que só meninas nojentas tiravam, fotos com meninos, ainda mais o Nate.Ele não me deichou - o Nate quero dizer -, perdeu a amizade com a maioria dos amigos, porque na época - na terceira série - meninos não podiam ficar juntos, porque era nojento . Simples mente de criança .

Na foto, Nate e eu estavamos sentados um do lado do outro, no dia de ação de graças . Ele estava me abraçando e nós dois estavamos mostrando a ausencia dos dois dentes da frente .

- Também é a minha- ele disse por fim .

Ficamos mais uns dois minutos olhando aquela foto me silencio . Até que meu pai aparecer para trabalhar, nós assustando .

-Ei, vocês não tem aula daqui a cinco minutos não ? - ele perguntou enquanto apetava o cinto .

- A nossa, perdemos o horário, nem se a gente correr vamos chegar a tempo - Nate dizia desesperado.

- Vamos, eu dou uma carona pra vocês. - disse o meu pai .

Nós acentimos e agradessemos . Entramos no carro do meu pai em silencio, e ficou assim por todo caminho . O bom é que não demorou muito . Meu pai também estava com pressa, mais não recusaria uma carona para nós .

Descemos e entramos . Conseguimos entrar na hora . Chegamos segundos antes do sinal tocar .

Um comentário:

Anônimo disse...

fico muito leeeegal essa historia ! amei ! HIHI, vo ler o resto :D